Lidando com Pessoas
Por Fábio Luciano Violin
22/04/2003
Lidar
com a diversidade de comportamentos e motivações humanas – aqui entenda
motivação como o motivo que leva a algum tipo de ação – é uma tarefa que
exige percepção apurada e capacidade às vezes sobre humana. Afinal nem todo
comportamento é passível de entendimento fácil e rápido. Na maioria das
vezes ter "jogo de cintura" é uma habilidade bastante exigida de nós
profissionais.
Como
exemplo, observe as pessoas que trabalham com você. Veja as dissonâncias de
visão do mundo, engajamento com a causa da empresa, nível de comprometimento,
capacidade intelectual e assim por diante. A partir desta análise, você vai
poder perceber que gerir pessoas ou conviver com elas no trabalho é na maioria
das vezes uma tarefa árdua e não necessariamente gratificante, pois em muitas
situações entramos em atrito, nos desgastamos ou convivemos em climas que
variam do bom ao pesado.
Uma
das coisas que mais precisam ser valorizadas, atualmente, são os aspectos
psicológicos que movem as pessoas a decidirem ou não por algum tipo de ação.
Entender ou, ao menos, buscar entender os mecanismos de decisão das pessoas
ajuda a definir qual a forma de treinamento necessário, a forma de corrigir
erros ou estimular e incentivar.
A
partir deste enfoque podemos perceber que as pessoas – agora clientes externos
– não compram coisas físicas, elas buscam coisas emocionais, ou seja,
adquirem aquilo que os produtos ou serviços podem fazer por elas. As pessoas
buscam comprar o maior benefício possível, considerando seu nível de
rendimento.
Uma
mulher não compra um creme anti-rugas, compra sim beleza e rejuvenescimento.
Um
cardíaco não compra um remédio para estabilizar sua situação, compra
esperança de viver mais.
Um
homem não compra um aparelho de barbear, compra melhor aparência.
O que quero salientar com isto é que nós, enquanto empresa, temos a função
de engajar a todos que trabalham conosco na tarefa de adequar cada uma das
nossas ações em busca de uma entrega positiva para aqueles que nos procuram
com algum tipo de desejo ou necessidade. È óbvio que nem todo cliente é bom e
que também não são todos que queremos.
Infelizmente
a vida real não nos permite dizer que conseguiremos sempre 100% de acerto. No
entanto, é preciso buscar meios de errar menos, meios de tentar refinar aquilo
que consideramos importante e que venha agregar valor à nossa empresa, produto
ou serviço da melhor forma possível.
Lembre-se,
o mundo jamais foi dos pessimistas. Ter e, poder fazer algo é próprio da
natureza humana. Como dizia um antigo comercial "nada supera o
talento". Nada supera a capacidade humana de reverter situações e ter
esperança e ações para melhorar o meio no qual vivemos.
FÁBIO
LUCIANO VIOLIN
Mestre
em Estratégias e Organizações _ UFPR
Especialista
em Planejamento e Gerenciamento Estratégico – PUC-PR
Professor
universitário, palestrante e consultor de empresas.