Hipnose nas Organizações - Benefícios
Irlei Wiesel
13/07/2009

A comunicação pode ser um grande gerador de conflito e, ao mesmo tempo, pode ser um poderoso aliado na conquista da harmonia.

As organizações vivem da comunicação. Portanto, ela é uma matéria-prima das mais importantes para o sucesso de qualquer propósito.

Vamos sugerir aqui uma forma de comunicação que é usada, com muita propriedade, na Psicoterapia e acredito ser fundamental nas organizações. Refiro-me à Hipnose Ericksoniana.

Para compreendermos o valor dessa ferramenta, é importante saber que na comunicação a Hipnose Ericksoniana abre espaço para que o outro encontre aquilo que precisa dentro dele mesmo.

Nesse processo, convida-se o outro a ser curioso em relação ao seu processo de funcionamento interno. Com isso, a pessoa amplia incrivelmente seu nível de criatividade, observação, auto-observação, tranqüilidade, comprometimento, identificação e, o mais importante, inicia-se finalmente uma valiosa viagem de acesso à mente inconsciente.

Acredito que o acesso a esse tesouro é a base de uma comunicação organizacional de qualidade.

Contudo, amigos, o que mais eu vejo, ouço e sinto é que a comunicação está incrivelmente racional.

Assim, quando nos expressamos por meio de argumentos racionais estamos convidando o outro a fechar o seu mundo interno para nós. Dessa forma, o nosso argumento soará racional demais, impositivo demais e, assim, será rejeitado inconscientemente.

Um argumento duro, sem poesia, sem amabilidade, sem cuidado com o outro, passa uma mensagem de individualismo, de prepotência. Com isso fecham-se portas e, por vezes, até as últimas e únicas janelas.

No entanto, com o uso da comunicação Ericksoniana, abrimos espaço para
o irracional.

Nesse processo de comunicação irracional, próprio da hipnose, cria-se uma facilidade e uma oportunidade para que a mente inconsciente encontre o caminho.

Com a ajuda da mente inconsciente, minimizamos os erros, pois passamos a tomar nossas decisões em um nível muito mais elevado. Afinal, entre o racional e o irracional, entre a mente consciente e a mente inconsciente, o que você prefere?

Não sei quanto a você, mas eu incorporei de tal forma o meu processo inconsciente que nada na minha vida é decidido sem antes passar por esse departamento. Apesar de estar cercada de colaboradores eficientes, eu invisto muito no meu autoconhecimento para que, cada vez mais, a minha mente irracional aponte caminhos reais e seguros para minha vida.

Todos temos uma mente inconsciente e, nela, estão registrados dados de vidas inteiras.

É claro que lá estão registrados momentos de superação e de fracasso, de conquistas e de perdas, de força e de fraqueza, de segurança e de insegurança, de perdas e ganhos, de medos e de coragem, de escuro e de luz, e muito mais.

Certamente, porém, não temos acesso a todas essas informações ao mesmo tempo, sob pena de enlouquecermos, pois a nossa mente consciente não está preparada para tanto. A inconsciente sim!

Ela pode ser comparada com um daqueles programas de busca de informações da internet. Para encontrarmos algo, basta digitarmos o que buscamos, não é assim?

Se o comparássemos ao computador, diríamos que a mente inconsciente seria o nosso software.

Entretanto, para acessarmos o nosso inconsciente ou nosso software, não basta digitar na tela do computador, devemos fazê-lo na tela da alma.

Para isso a comunicação hipnótica é uma deliciosa música aos nossos ouvidos, enquanto estamos à procura de referências no nosso programa central.

Acompanhemos uns modelos de comunicação eficientes para elucidar o que desejo transmitir:

“Talvez você tenha uma dificuldade em sua vida profissional e queira encontrar a solução satisfatória... Não tenho certeza dos recursos que lhe trariam maior aprendizagem, mas sei que, durante o dia, você terá mais condições do que imagina para encontrar exatamente a compreensão que o auxiliará na percepção adequada.”

“Você está vendo este projeto e suas características, então pode imaginar como ele se aplicará na empresa?”

“Enquanto vocês estão sentados ouvindo a minha voz, vocês podem começar a entrar em contato com a situação que precisamos resolver...”
“Na medida em que você está sentindo a consciência desse material, você vai pressentir o impacto que vai causar no seu pessoal.”

“Sei que vocês continuam me ouvindo e respirando, e a cada expiração, vocês ficarão mais relaxados.”

“Vocês estão ouvindo o silêncio desta sala e sentem seu corpo em contato com a cadeira, isso significa que as idéias mais criativas começam a acontecer...”

“Vocês estão começando a compreender o quanto essa alternativa é valiosa...”

“Você pode estar se perguntando...”

“Todos os sons e movimentos deste lugar auxiliarão na busca de soluções”

“Vocês poderiam pensar na possibilidade de...”

Nesses exemplos, fazemos com que o ouvinte desenvolva uma busca em sua experiência e encontre o significado mais apropriado para aquilo que expressamos.

Lembrando que essa forma de comunicação abre o canal do respeito, da cumplicidade e valorização da capacidade alheia.

Com essas atitudes, a paz possivelmente daria lugar ao conflito que, na maioria das vezes, se dá em função da necessidade inconsciente que o ser humano tem de impor idéias, além da dificuldade racional de mudar conceitos.

Convido a todos a sermos música aos ouvidos dos outros e de quebra, fazermos grandes negócios!

Irlei Wiesel é Psicoterapeuta, Escritora.
E-mail: ilhw@terra.com.br
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