Conheça uma trágica doença do trabalho
			Por Adriana de Araújo
			19/04/2008
			
			
			Não há dados sobre a incidência da Síndrome de Burnout no Brasil, 
			mas os consultórios médicos e psicológicos registram um constante 
			aumento do número de pacientes com relatos de sintomas típicos da 
			Síndrome. O problema foi identificado em 1974, nos Estados Unidos, 
			pelo pesquisador Freunderberger, a partir da observação de desgaste 
			no humor e na motivação de profissionais de saúde com os quais 
			trabalhava.
			O termo síndrome de Burnout resultou da junção de burn (queima) e 
			out (exterior), caracterizando um tipo de estresse ocupacional, 
			durante o qual a pessoa consome-se física e emocionalmente, 
			resultando em exaustão e em um comportamento agressivo e irritadiço. 
			“Boa parte dos sintomas também é comum em casos de estresse 
			convencional, mas com o acréscimo da desumanização, que se mostra 
			por atitudes negativas e grosseiras em relação às pessoas atendidas 
			no ambiente profissional e que por vezes se estende também aos 
			colegas, amigos e familiares”, explica a psicóloga clínica e 
			hipnoterapeuta ericksoniana Adriana de Araújo.
			Segundo a especialista, é bom observar que “o problema é sempre 
			relativo ao mundo do trabalho. É importante ressaltar, que a doença 
			atinge pessoas sem antecedentes sicopatológicos”, afirma. A Síndrome 
			afeta especialmente aqueles profissionais obrigados a manter contato 
			próximo com outros indivíduos e dos quais se espera uma atitude, no 
			mínimo, solidária com a causa alheia. É o caso de médicos, 
			enfermeiros, psicólogos, professores, policiais. “Recentemente, a 
			categoria dos funcionários de companhias aéreas inseriu-se entre 
			aquelas de alto risco para desenvolver a Síndrome, devido às 
			pressões intensas e ao desgaste vivido durante a crise dos atrasos 
			nos horários dos vôos”, exemplifica Adriana de
			Araújo.
			Veja a lista completa das áreas mais estressantes:
			1) Tecnologia da Informação;
			2) Medicina;
			3) Engenharia;
			4) Vendas e Marketing;
			5) Educação;
			6) Finanças;
			7) Recursos Humanos;
			8) Operações;
			9) Produção;
			10) Religião.
			FONTE: Consultoria SWNS, 2006.
			Apesar da associação do distúrbio com o perfil de trabalhadores já 
			mencionados, ele pode afetar executivos e donas de casa também. Em 
			comum, os candidatos à Síndrome apresentam uma personalidade com 
			maior risco para desenvolver Burnout. “Ou seja, são pessoas 
			excessivamente críticas, muito exigentes consigo mesmas e com os 
			outros e que têm maior dificuldade para lidar com 
			situaçõesdifíceis”, explica a psicóloga.
			A especialista também destaca algumas das características 
			individuais que podem incentivar o estabelecimento da Síndrome: 
			idealismo elevado, excesso de dedicação, alta motivação, 
			perfeccionismo, rigidez. “Em geral, são indivíduos que gostam e se 
			envolvem com o que fazem, não medindo esforços para atingir seus 
			próprios objetivos e os da instituição em que atuam. De certa forma, 
			é tudo o que as organizações esperam de um bom profissional”, 
			conclui. Ou seja, os ambientes corporativos estimulam, de alguma 
			maneira, esse tipo de comportamento entre os profissionais, criando 
			condições que podem predispor ao adoecimento e, na seqüência direta, 
			em licenças médicas e eventuais afastamentos por longos períodos.
			Principais características da Síndrome de Burnout:
			SINTOMAS EMOCIONAIS: avaliação negativa do desempenho profissional, 
			esgotamento, fracasso, impotência, baixa auto-estima.
			MANIFESTAÇÕES FÍSICAS OU TRANSTORNOS PSICOSSOMÁTICOS: fadiga 
			crônica, dores de cabeça, insônia, úlceras digestivas, hipertensão 
			arterial, taquicardia, arritmias, perda de peso, dores musculares e 
			de coluna, alergias, lapsos de memória.
			ALTERAÇÕES COMPORTAMENTAIS: maior consumo de café, álcool e 
			remédios, faltas no trabalho, baixo rendimento pessoal, cinismo, 
			impaciência, sentimento de onipotência e também de impotência, 
			incapacidade de concentração, depressão, baixa tolerância à 
			frustração, ímpeto de abandonar o trabalho, comportamento paranóico 
			(tentativa de suicídio) e/ou agressividade.
			É preciso deixar claro que a Síndrome de Burnout não deve ser 
			confundida com estresse ou depressão. No primeiro caso, o 
			aparecimento dos sintomas psicossomáticos (dores de cabeça, insônia, 
			gastrite, diarréia, alterações menstruais) sugere muito mais um 
			estresse ocupacional crônico, algo que os estudiosos do assunto 
			definem com tentativa de adaptação a uma situação claramente 
			desconfortável no trabalho.
			Em relação à depressão, chegou-se a cogitar uma sobreposição entre 
			Burnout e depressão, no entanto, trata-se de conceitos distintos. “O 
			que ambos têm em comum é a disforia, o desânimo. Todavia, 
			avaliando-se as manifestações clínicas, encontramos nos depressivos 
			uma maior submissão à letargia e a prevalência aos sentimentos de 
			culpa e derrota, enquanto nas pessoas com Burnout são mais marcantes 
			o desapontamento e a tristeza. A pessoa que vivencia o Burnout 
			identifica o trabalho como desencadeante deste processo”, explica 
			Adriana de Araújo.
			
			Atenção ao ritmo de trabalho
			Na realidade, o ritmo acelerado e as tensões no trabalho existentes 
			atualmente, por si só, não desencadeiam a Síndrome. “O desgaste com 
			rotinas extenuantes, horas extras e cobranças de chefias constituem 
			a regra quando o assunto é trabalho nos dias de hoje”, afirma a 
			hipnoterapeuta ericksoniana Adriana de Araújo.
			O ambiente de trabalho e as condições organizacionais são 
			fundamentais para que a Síndrome se desenvolva, mas a sua 
			manifestação depende muito mais da reação individual de cada pessoa 
			frente aos problemas que surgem na rotina profissional.
			A sensação de inadequação na empresa e o sofrimento psíquico intenso 
			desembocam geralmente nos sintomas físicos, quando não dá mais para 
			disfarçar a insatisfação, porque ela afetou a saúde.
			O tratamento da Síndrome de Burnout é essencialmente 
			psicoterapêutico. Mas, em alguns casos, pode-se lançar mão de 
			medicamentos como os ansiolíticos ou antidepressivos para atenuar a 
			ansiedade e a tensão, sendo sempre necessária a avaliação e, no caso 
			medicamentoso, a prescrição feita por um medico especialista.
			“No processo psicoterapêutico, além do enfoque individual para o 
			alívio das dificuldades sentidas, é necessário a reflexão e um 
			redimensionamento das atitudes relativas à atividade profissional, 
			objetivos de vida e cuidados com a autoestima e com sentimentos mais 
			profundos de aceitação”, defende Adriana de
			Araújo.
			
			O mercado financeiro
			No mercado financeiro, ansiedade e agitação são ingredientes do 
			trabalho. Mas, em excesso, estes componentes podem provocar insônia, 
			variação de peso, exaustão e falhas de memória - motivos que têm 
			levado esta categoria a procurar ajuda médica e psicológica. "Os 
			profissionais do mercado financeiro têm metas muito apertadas, que 
			exigem grande esforço do indivíduo", observa Adriana de Araújo.
			O aumento de pacientes vindos do mercado financeiro nos consultórios 
			médicos e psicológicos é fruto do próprio crescimento do mercado de 
			capitais brasileiro, com maior volume de negócios e mais pessoas 
			atuando em bancos, corretoras e gestoras de recursos.
			“O problema surge com mais freqüência entre os novatos neste setor, 
			que começam a atuar sem a devida preparação e sem o pleno 
			conhecimento dos mecanismos do mercado de ações. Os mais antigos na 
			profissão estão mais preparados para lidar com a pressão psicológica 
			da atividade que exercem”, afirma a psicóloga. A demanda é maior em 
			momentos de crise no mercado de capitais.
			Para estes profissionais, “a terapia serve para mostrar que o 
			universo financeiro não condiz com a realidade fora dele. Através de 
			reflexões, mostramos que o cotidiano não funciona assim, que sem 
			saúde física e mental não se pode fazer nada", afirma a psicóloga 
			clínica Adriana de Araújo.
			
			Hora de parar
			No decreto N° 3048/99 que regulamenta a Previdência Social, o grupo 
			V da Classificação Internacional de Doenças (CID) 10 menciona no 
			inciso XII a “Síndrome de Burnout, “Síndrome do Esgotamento 
			Profissional”, também identificada como “Sensação de Estar Acabado”. 
			O profissional tem direito a afastar-se uma vez que tenha sido 
			diagnosticada a Síndrome. “É preciso que as empresas se 
			conscientizem da urgência de reavaliar a cultura de exigir dos 
			funcionários metas, às vezes, impossíveis para um ser humano”, 
			alerta Adriana de Araújo.
			
			
			Adriana de Araújo, psicóloga clínica, com 10 anos experiência 
			profissional, mais de 700 horas de treinamento teórico em hipnose, 
			especialista em Programação Neurolinguistica, EMDR, Coaching de 
			Vida, Hipnose Ericksoniana e Novo Código da PNL (atualização da 
			Programação Neurolinguistica), sendo a única psicóloga clínica com 
			essa formação em São Paulo e região.
			Treinada pessoalmente por John Grinder (criador da PNL e do Novo 
			Código), por Jeffrey Zeig (ex-aluno e
			presidente da Milton Erickson Foundation, Phoenix, AZ, USA), entre 
			outros profissionais qualificados e renomados (nacional e 
			internacional).
			Especialista em tratamento de fobias e outras questões emocionais.
			Desenvolve junto às empresas um trabalho de Counselor and Executive 
			Coach.
			Faz perfil psicológico diferenciado para candidatos a vagas de 
			emprego, com dinâmicas e relatórios.
			A Adriana é autora de três livros pela editora Universo dos Livros:
			-O SEGREDO PARA EMAGRECER, 2007
			-TREINAMENTO PRATICO DE MEMORIZACAO, 2008
			-O SEGREDO PARA VENCER A DEPRESSÃO, 2009 (Recentemente publicado em 
			Julho/2009.)
			E também de cinco cds de hipnose pela Editora Qualidade de Vida:
			- Combate a Depressão
			- Parar de Fumar
			- Seja um Vencedor - Sucesso Profissional
			- Emagrecimento
			- Força interior – superação de medos.